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O GOLPE MILITAR
40 ANOS DEPOIS

Carlos Hollanda


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31 DE MARÇO DE 2004

1964, 31 de março. O presidente João Goulart, democraticamente eleito vice-presidente da República e nomeado presidente 31 meses antes, logo após a renúncia de Jânio Quadros, é deposto durante uma insurreição militar. Em 1o. de Abril de 1964 tinha início o período de 21 anos de ditadura no Brasil.

O mapa do momento em que ocorreu o Manifesto à Nação, proferido pelo então governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto (conclamando o povo à “restauração da ordem constitucional comprometida”), mostra a oposição de Saturno com Urano (veja o mapa e alguns comentários no site de “Mapas do Brasil” www.constelar.com.br/mapasdobrasil). Posteriormente, em 1965, essa oposição seria acrescida, em seu conjunto de fatores, de Plutão. Tal configuração (Saturno versus Urano e Plutão) coincidiu com reações e protestos de sindicatos, jornais, universidades (todos tolhidos pelo AI-1, em 64) e o recrudescimento da repressão do governo através do AI-2 (outubro de 1965). Este último extingüiu os partidos políticos, criando duas organizações: a ARENA Aliança Renovadora Nacional e o MDB Movimento Democrático Brasileiro. Esta dissociação, que por um lado impediu a variedade de partidos e propostas democráticas, por outro acabou definindo (conforme o simbolismo de uma oposição no mapa astrológico) os dois lados oponentes, sendo que o MDB agregava diversas correntes opostas ao regime.

O presidente Arthur da Costa e Silva, que decretou o terrível Ato Institucional Número 5, o AI-5, em dezembro de 1968.
Ao fundo, à direita, o ministro de vários governos posteriores,
Delfim Netto.

Hoje estamos com uma daquelas posições no ponto oposto: Urano encontra-se em Peixes, no lugar em que estava Saturno e já está em oposição com sua localização em 64. Outras posições planetárias em relação àquela época marcam o processo que traz à tona aquilo que chegou a ser cogitado pelos militares para “ser varrido para debaixo do tapete”, ou, como disse o último dos generais presidentes, João Batista de Figueiredo, ao ser-lhe solicitada uma declaração após sua saída do governo e a chegada das eleições diretas: “Quero que vocês me esqueçam!”. Plutão em trânsito atualmente, por Sagitário, passando já dos 20 graus daquele signo, vem fazendo quadratura com o Plutão virginiano daquela época e mais precisamente com o Plutão do AI-5 (de dezembro de 1968). Netuno, em Aquário, hoje, faz quadratura com sua posição em Escorpião dos anos do Golpe. Se contarmos somente a quadratura de Plutão com Plutão, já temos material suficiente para começar a compreender o que tem ocorrido na mídia e entre as pessoas de diferentes gerações, as que viveram aquela época até as que nasceram lá pelos anos 80, que vêm gerando um interesse muito grande sobre as convergências de fatores que levaram ao golpe e ao modelo repressivo das liberdades individuais adotado pelo Estado. Muitas pessoas nascidas em fins dos anos 60 e durante os anos 70 tiveram em sua formação educacional uma lacuna preenchida com propaganda em prol do Estado ou por um notável processo de alienação política, coisa que muitos daquelas gerações só vieram a reverter por volta dos 20 anos de idade. Isso, no entanto, não deixou de formar, em suas consciências, o desejo de compreender os motivos que subjazem à sua condição atual de vida e os porquês da crescente desigualdade entre a população.

O CICLO PLANETÁRIO E AS FERIDAS QUE VÊEM À TONA PALESTRAS NO CCBB, CPDOC ETC.

Celso Castro, 40 anos, pesquisador do CPDOC, da Fundação Getúlio Vargas, numa palestra feita em conjunto com o jornalista Villas-Boas Correia, no CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil - a respeito dessa questão do “esquecimento” e do “não olhar para uma ferida do passado”, lembrou algo que os astrólogos conhecem muito bem quando trabalhamos dores antigas que ficaram retidas na memória e para as quais não queremos olhar. Ele chegou a mencionar que “para que uma ferida seja curada, é preciso que sintamos a dor intensamente, que a vejamos mais de perto e a entendamos”. Não poderia ter feito uma analogia mais perfeita à necessidade coletiva de revisão ou releitura do processo doloroso que foi a ditadura no Brasil. A ferida, na verdade, nunca fora curada, nem mesmo nas gerações posteriores, que viveram numa espécie de latência política por um certo tempo, deixaram de perceber a necessidade de analisar o problema, realizar um olhar crítico acerca dos motivos que levaram os dois lados conflitantes a tal confronto. Cumpre observar que a ditadura não se estabeleceu sozinha, que os militares não estavam isolados em suas ações. Vários setores da sociedade civil, entre eles donas-de-casa, setores conservadores da Igreja Católica, empresários, da classe média, enfim, essa parcela bem significativa da sociedade apoiava o Golpe, temendo o que eles chamavam de “cubanização do país”. Obviamente as classes proprietárias se ressentiram com as propostas reformistas de Jango e reagiram com força.

Por outro lado, haviam alguns setores de esquerda muito radicais que tensionavam implantar o comunismo segundo o modelo marxista-leninista de acordo com o que existia na URSS. As alas eram radicais o suficiente para proporem a extinção de direitos democráticos do mesmo modo que o fizeram os radicais de direita.

Em outras palavras, em ambos os casos, poderíamos perder direitos democráticos, conforme Celso Castro afirma em seus trabalhos acerca da ditadura. Ele, aliás, elaborou-os com sua profunda percepção de historiador, esforçando-se por ouvir ou “ler” as várias versões sobre os acontecimentos, ambos os lados da questão, sem, contudo, pender em favor de lado algum. Não resta dúvida, no entanto, que em seus escritos existem críticas severas contra a tortura e ao que os militares por ele entrevistados costumavam chamar eufemisticamente de “excessos”.

Havia também aqueles que defendiam o ressurgir das massas através da educação, das peças de teatro com viés ideológico e com esclarecimentos gerais levadas ao público nas áreas mais carentes dos centros urbanos e do interior. Eram professores, atores, músicos, artistas gráficos, intelectuais de toda ordem, pessoas cujas atitudes envolviam um quinhão de heroísmo, de salvacionismo netuniano, de utopias bem ao estilo urano-netuno, e de paixão pela beleza. Não importa que “herói” signifique na cabeça de muitos apenas o sujeito que reproduza os atos de estilo militar tantas vezes construídos por ideólogos e artistas como aqueles do estilo neoclássico (e no Brasil, do academicismo) que pintavam retratos de eventos onde um líder militar assumia a postura de um grande personagem romano ou de um ser mítico. O herói também pode ser aquele que se doa em sacrifício pela coletividade não necessariamente sendo um cavaleiro destemido. O herói pode ser aquele que quer ver um mundo novo e mesmo exagerando em suas ilusões acerca da condição humana, tenta fazer algo a respeito para mudar a realidade como está. É o caso de tantos professores que ainda hoje dão aulas improvisadas em pequenas choupanas no interior do Brasil, de médicos, de artistas, de engenheiros e tantas outras pessoas, formadas ou não, que ainda acreditam que é possível fazer alguma coisa para melhorar a vida neste planeta.

A QUADRATURA COM PLUTÃO E CIA.:
UMA TERAPIA COLETIVA

O país parece estar fazendo uma espécie de terapia coletiva, onde todos aqueles anos de brutalidade e intolerância têm sido discutidos como no consultório do psicanalista. Isso é muito importante para que possamos dar passos adiante no esforço de pensar (e tentar fazer) uma sociedade mais justa, algo que nos faça usar a própria dor como alicerce para nosso crescimento enquanto coletividade e também enquanto indivíduos. O entendimento dessas contradições é fundamental para a sanidade social, tal como o seria para a sanidade mental do indivíduo que vai em busca de ajuda consultar o terapeuta. E estamos fazendo essa catarse, finalmente.

Celso Castro ainda fizera, na dita palestra, menção a um trecho da “Ilíada”, de Homero. Trata-se da passagem em que Príamo vai a Aquiles reclamar o corpo do filho, Heitor, morto pelo mesmo Aquiles durante a Guerra de Tróia. Aquiles, percebendo que nem ele, nem seus inimigos estavam livres de chorar a dor da perda de pessoas queridas, num momento de percepção ampliada, abraça a Príamo, e diz algo como:

“Nada se ganha acalentando a dor. Vamos senti-la profundamente”.

Isso alude à complicada questão da projeção do “mal” sobre o “outro”. É preciso que pensemos no problema que todos os seres humanos costumam desenvolver, que é a faculdade de “demonizar” o outro. A passagem da Guerra de Tróia mostra um Aquiles vingando-se furiosamente do assassino de seu grande amigo Pátroclo, em função da imensa dor que sentira. Em seguida, ele se dá conta de que a mesma dor, na mesma intensidade, atingia a Príamo, a quem abraçou em sinal de entendimento da condição em que se encontravam.

Talvez para todos nós tenha chegado um momento de chorar a perda, cumprir o luto, render homenagem ao Hades e, ao mesmo tempo, partir para um novo horizonte que desponta não sem turbulência à frente, como o ciclone Catarina, que devastou algumas cidades do Sul do Brasil, como a crise com pessoas-chave no governo Lula e com os movimentos mais agitados dos Sem-Terra, mas um horizonte que já revela traços de alteração de continuismos em longo prazo. Urano em Peixes sempre ocorre em períodos em que existe alguma espécie de inversão de ordem, onde o mais fraco suplanta o mais forte e onde os oprimidos se rebelam contra os opressores. Muita água ainda vai rolar (ou muitos ciclones ainda virão, falando figuradamente) até que as sociedades comecem a assumir um novo rosto.

Em tempo, não custa lembrar que atualmente vários elementos que remetem à década de 60 ou a ídolos mortos que hoje teriam idades em torno dos 40 anos, têm sido ressaltados pela mídia. É o caso de Ayrton Senna e Renato Russo. É sintomático, na coletividade, o fato de que esses retratos de um passado utópico ou de um modelo heróico estão vindo à tona justamente agora. O golpe de 64, analisado por Elio Gaspari em sua trilogia mais recente, os trabalhos de Celso Castro e toda a movimentação de publicações tais como a revista “Caros Amigos”, com um especial sobre a Ditadura, são marcas bastante visíveis dos trânsitos supracitados e da necessidade de curar feridas, de trazer à tona o que ainda não tinha sido devidamente analisado. É curioso também o fato de Celso Castro ter nascido um ano antes do Golpe e estar com toda uma evidência agora, com seus 40-41 anos, lidando justamente com essa problemática, ele que há vários anos vem pesquisando e publicando livros sobre o assunto sem tanto apelo na Imprensa.

No bojo desse sintoma de “retorno ao passado coletivo” que é algo bem parecido com uma busca de autoconhecimento feita por um indivíduo, está a proliferação de revistas dedicadas ao estudo da História, com a chegada da “Nossa História”, exclusivamente para assuntos brasileiros e outras que tratam de história geral. Igualmente temos a concentração da paranóia coletiva, o lado sombrio de todo um período, eclodindo em certos indivíduos altamente perigosos igualmente com idades em torno dos 40 anos, coisas como canibais, terroristas internacionais, estupradores de crianças assassinos seriais, que vêm sendo cada vez mais freqüentes nos noticiários. Estamos diante de um confronto de extremos atingindo a psique coletiva e produzindo eventos concretos bastante explosivos.

Ainda dentro do assunto deste artigo, recordo que estou em débito com o leitor Marcos J. Pinto. Ele, estudante de astrologia, havia me questionado, em fins de dezembro de 2003, sobre a forma de divulgação dada ao evento ocorrido no dia 14 daquele mês, “Algo de Novo Está no Ar A Astrologia da Revolução”. Prometi a ele produzir um artigo em janeiro, conforme verão na troca de mensagens que se segue, contendo os mesmos esclarecimentos que ele recebeu. Como não o fiz, por pura confusão minha, espero que aquela velha frase “antes tarde do que nunca”, tenha ainda validade. Eis, portanto, a troca de mensagens e tudo o que talvez tenha faltado esclarecer a quem, porventura, tenha-se confundido com a divulgação feita em torno do evento:

Em 22/12/03, Marcos escreveu:

Prezado Carlos,

Achei incômoda a idéia "Não confie em astrólogos com mais de 40". Se essa idéia cair no senso comum, naturalmente despida dos devidos esclarecimentos ao alcance somente de alguns poucos (em relação ao povo em geral), poderá se criar mais um preconceito, não acha? :-)

Carlos Hollanda responde:

Prezado Marcos,

Obrigado por dar-nos a oportunidade de esclarecer essa dúvida. O chavão adotado por Dimitri Camiloto para causar justamente esse tipo de “incômodo” na verdade é uma paródia da frase de Mick Jagger "não confie em ninguém com mais de 30". Mick, hoje um quase sessentão (ou mais?), utilizou o termo exatamente com o intuito de provocar reações contraditórias para vender mais discos. Nós o fizemos para estimular essa busca de esclarecimento que você está tendo agora, mas que na verdade também poderia ter sido realizada com a leitura completa dos artigos relacionados ao evento. Aliás, boa parte das pessoas que estiveram presentes ao "Algo de Novo Está no Ar", foram lá com o intuito de entenderem que tipo de mensagem afinal era aquela que estava na chamada dos artigos e na divulgação. Na verdade, como disse, para entender o que estava por trás daquele modo de chamar a atenção (e chamou, acredite) bastava dar continuidade à leitura do artigo da entrevista que está na revista Constelar. Lá há um trecho onde eu menciono o privilégio de ter nascido numa época onde os colegas de mais de 40 (especialmente aqueles que estavam na mesa redonda ao final do evento - a Angela Schnoor, inclusive, com 60) estiveram lutando contra injustiças sociais, uma geração de ênfase de planetas geracionais em Leão, uma geração romântica e artística cujo impacto de suas ações naqueles anos de chumbo de algum modo ficaram impressas no inconsciente coletivo e no interior das pessoas, como eu e você, nascidos com aquela qualidade do momento.

Vivemos, hoje, interiormente, os conflitos que para aquelas pessoas eram externos. Nossa geração (incluo você, pois nasceu mais ou menos por ali) passou por um grande período de alienação que só veio a começar a se dissipar por volta de nossos 21 anos de idade, quando da primeira quadratura de Urano. O que tem acontecido ultimamente com quem tem cerca de 40 é uma espécie de retorno às questões que motivavam àquela geração anterior, mas agora temos uma espécie de carma (?) de dar continuidade e reelaborar aquilo que eles nos dipuseram. É como dizer que quem nasceu com Plutão em Virgem tem a obrigação de trazer as feridas daquela época à tona para que elas sejam sanadas.

O incômodo que você sentiu era até certo ponto intencional, ao menos a partir das dicas dadas pelo astrólogo e jornalista Fernando Fernandes, 49 anos, editor da Constelar, que também era um dos componentes da mesa-redonda. A idéia era mesmo fazer barulho e levar as pessoas a questionarem. Isso, na minha opinião, funcionou de duas maneiras:

1- criou certa animosidade para alguns, coisa com o que cheguei ficar preocupado, caso divulgasse o artigo daquele modo. No final das contas, o orientador do modo incisivo da divulgação foi um astrólogo com mais de 40 que de modo algum, assim como vários outros colegas de 50 anos que leram a matéria antes de ir ao ar, se sentiu ultrajado ou ameaçado.

2- atraiu muito público ao evento, público este em parte foi lá para debater o assunto. E ele foi devidamente esclarecido logo na primeira palestra acerca dos objetivos reais do evento e das apresentações. Utilizamos o título para causar maior impacto.

Antes de ele ser elaborado, o nome seria "Projeto Releituras", nome que, você há de convir, não chamaria tanta atenção. E qual a outra razão de "releituras" não ter sido usado e sim "algo de novo"? Este segundo nome é um trocadilho, com "de novo" (no sentido de algo recente) e "de novo" (no sentido de “outra vez”, isto é, que o passado está de volta). As releituras são, portanto, um resgate dos textos e práticas antigas, um esforço de interpretação de antigos métodos segundo um novo contexto, sem, contudo, tomar o antigo como "incorreto" ou "fora de moda". Não há nada mais "na moda", ou correto do que a prática antiga, mas talvez falte para nós astrólogos do século XX e XXI, um olhar não anacrônico, pondo-se no lugar daqueles que produziam os textos antigos e dos astrólogos que receberam a tradição desde o início do século. Assim, "nada há de novo debaixo do sol", como já dizia Salomão, mas há algo que "novamente", está no ar, isto é, na Internet, na TV, na mente e nas idéias (dando a "mente", o sentido aéreo de Mercúrio).

Quanto a gerar mais um preconceito, duvido muito. Em todo caso, esta resposta a seu questionamento poderá sair na no Astro-Síntese, caso você permita, e servir como esclarecimento adicional. O que acha?

Retornando à mensagem de Marcos, que deu resposta afirmativa à pergunta que lhe fiz acima, ele escreveu:

Não sou astrólogo, sou ainda estudante de astrologia, conforme meu escasso tempo me permite, e comungo com a maioria das idéias veiculadas na Constelar e no Astro-Síntese, sendo particularmente simpático às suas idéias. Passei a admirá-lo mais com a leitura do livro “Progressão Lunar e Kabbalah”, mas não entendi a intenção da mensagem "o que é bom tem menos de 40".

Carlos Hollanda responde:

Agradeço por ter o privilégio de sua admiração, Marcos, mas permita-me fazer uma correção:

- Em momento algum foi colocado que "o que é bom tem menos de 40". Se assim fosse, seria uma inacreditável contradição ter montado uma mesa redonda ao final do evento com astrólogos escolhidos a dedo justamente porque têm mais de 40, porque viveram intensamente os anos da contracultura, porque são extraordinariamente competentes, porque servem como referenciais para quaisquer estudioso de astrologia atual. Concorda que estaria cometendo uma loucura convidando para um suposto “evento preconceituoso” astrólogos que poderiam esculhambar com tudo o que havia sido dito horas antes? Se estava tão seguro de que não haveria nada disso é porque não tinha a menor dúvida de que os temas e os astrólogos ali presentes (e também na platéia) estavam praticamente de acordo, todos alinhados como uma engrenagem que se autocompleta. Ou então eu seria um gênio maior do que aquele inimigo do Sherlock Holmes, o Professor Moriart, enganando 5 pessoas inteligentes com uma conversa mole para fazê-los agir como marionetes (risos).

Assim, o texto não é ofensivo a ninguém, embora o título tenha sido escrito para mexer com os brios. Gostaria apenas de acrescentar que, ao contrário do que possa estar lhe parecendo (conforme sua pergunta) não fui eu o único autor daquele texto, nem o chavão é meu. Acrescento, ainda, que Paula Salotti, uma das palestrantes com menos de 40, na verdade completa 40 em fevereiro de 2004. E ela não está absolutamente preocupada. Eu mesmo em breve farei 40. Se estivesse dizendo que depois dos 40 é tudo "uma droga", então em pouquíssimo tempo eu e Paula estaríamos tendo que fazer as malas para a selva amazônica para virarmos tutelados de tribos indígenas (risos). Não, eu não daria um tiro no pé. Embora possa ser louco, ainda não me considero burro o suficiente para tanto.

Uma terceira parte da mensagem de Marcos diz o seguinte:

Bem, já passei dos 40 há dois anos e não creio em verdades prontas, preferindo ver na astrologia uma excelente ferramenta, mas não "a" ferramenta, definitiva e infalível. Vejo no astrólogo um intérprete do que nos pode dizer essa ciência milenar, que deve deixar por conta do interessado interpretar e entender o que o Universo espera dele. Pelo menos essa é a postura que, um dia, pretendo adotar ao interpretar cartas astrológicas para possíveis clientes.

Hollanda responde:

Estamos perfeitamente de acordo. E creio que você estaria totalmente de acordo com os outros palestrantes do evento, que trataram exatamente desse problema das verdades prontas e axiomáticas. E sem sombra de dúvida a astrologia não é a solução definitiva, assim como não o é nenhuma outra arte antiga ou moderna.

A postura do intérprete que você mencionou é o que procuro todo o tempo difundir entre alunos, colegas, amigos, leitores etc. Se você chegar a isso, então tenha em mim um de seus maiores apoiadores.

Receba também meus sinceros votos de um grande 2004, Marcos. Agradeço por ter tido a preocupação de perguntar antes de ter certezas, já que esse é o procedimento mais aceitável quando algo nos parece estranho vindo de quem sempre demonstrou (ou tentou demonstrar) um mínimo de bom senso.

Abaixo, deixo uma parte da mensagem veiculada em outubro no Astro-Síntese e em outubro-novembro na mala-direta da astróloga Vanessa Tuleski, com esclarecimentos sobre o evento. Talvez ela não tenha chegado a você e a outros leitores que sentem necessidade desse esclarecimento.

Algo de Novo Está no Ar - A Astrologia da Revolução!
14.12.2003 das 10 às 18:30 no Rio de Janeiro

O nome significa que:

- Alguma novidade vem chegando por aí na forma de abordagens um pouco diferentes

- Alguma coisa que de novo na verdade não tem nada, mas é algo que está outra vez em voga: a astrologia e seus preceitos antigos e medievais na prática diária de um número crescente de astrólogos.

- Esse "antigo" e objetivo está sendo sintetizado com as abordagens da astrologia do século XX, bastante voltadas para a psicologia, mas conservando um olhar flexível sobre os diferentes tempos em que a astrologia foi e é aplicada.

- Revolução aqui não significa somente uma ruptura, mas um retorno. Seria a astrologia do retorno das antigas formas na praxis do astrólogo contemporâneo sem que por isso ele tenha que descartar os modelos mais recentes de enfoque.

- Urano no dia do evento estará outra vez num signo de Ar, Aquário, devido à retrogradação ocorrida nos últimos meses.

- O evento terá início às 10:00h. do dia 14 de dezembro de 2003, quando o Ascendente estiver em Aquário, com Netuno conjunto ao Ascendente e Urano na casa 1, ambos também em Aquário. Tudo em Ar, isto é, trata-se de uma "novidade" que será apresentada naquele evento, cujo início está num signo de Ar.

- Falando em ciclos e revoluções, não se pode deixar de falar do ciclo de 84 anos de Urano e de seu hemiciclo, que para os palestrantes com menos de 40 está para chegar.

- Falando no hemiciclo, que atingirá 5 dos palestrantes com menos de 40 em breve, não se pode deixar de falar da passagem de Urano em Virgem, na década de 60 e do fato de que quando reentrar em Peixes, reativará o eixo que teve importância durante os anos em que a contracultura começou a questionar paradigmas impostos por regimes autoritários.

- Tanto os que chegam perto dos 40 (ou do hemiciclo de Urano), quanto aqueles que viveram intensamente a década de 60 sentem uma forte necessidade de dar um grito de liberdade, independência, autonomia e também querem reiterar ou revigorar os processos desencadeados nos anos 60.

- É possível que a astrologia em poucos anos torne a fazer parte de programações de TV, isto é, "de novo" estará "no ar", mas de forma a promover consciência e esclarecimento, ao invés de impor-se como a prática "estilo guru" que o senso comum costuma enxergar.

- Finalmente, que vamos apresentar uma abordagem do mapa astrológico, da interpretação e de técnicas que os participantes do evento poderão experimentar em três tempos a saber:

1. O da sociedade européia medieval, com seus costumes que reproduziam um zodíaco durante alguns séculos (do IX ao XIII e um pouco além) e as repercussões que isso tem no comportamento das pessoas hoje em dia. Igualmente, neste "primeiro tempo", será abordada a prática astrológica medieval, que levava em conta estrelas fixas, partes arábicas e mansões lunares, por exemplo. Junto a isso, um estudo aprofundado sobre os grandes ciclos de planetas lentos desde o século XIV até o século XXV, quando a humanidade estará, verdadeiramente, em meio à Era de Aquário.

2. O período das revoluções culturais e da contracultura, nos anos 60 e 70, a conjunção de Urano e Plutão em Virgem, os movimentos dos jovens e adultos naquela época, suas idéias, suas lutas, frustrações e projeções de utopias para o futuro e...

3. A chegada das gerações nascidas nos anos 60 a um momento de culminância junto às idéias semeadas há cerca de 40 anos, dando-lhes nova vitalidade e agregando valores mesclados entre o muito antigo (astrologia antiga e medieval) e o mais recente (Internet). O retorno de algumas das possibilidades geradas durante aquela conjunção de Urano e Plutão em Virgem e o retorno da contemporaneidade das mesmas com a reentrada de Urano em Peixes em 2004.

Será uma forma de mostrar como pensar a astrologia do indivíduo e a astrologia mundial num todo coerente levando a uma compreensão de cada um de nós como seres inseridos num grande esquema em que somos co-participantes. Serão abordadas as formas psicológicas, esotéricas, objetivas, coletivas e outras, de abordagem do mapa astrológico, demonstrando que é possível integrá-las numa leitura profissional e na compreensão da trajetória individual de vida

Abraços,
Carlos Hollanda