A Expectativa
por Christiane Schulz

A esperança de que o tempo passasse mais rápido era a única coisa que a fazia com que não saísse do lugar. O medo não era tão grande quanto ela.

Suava frio, respirava fundo, mas nada a removia dali. Pensava que quanto mais rápido o tempo passasse, mais rápido alguém apareceria. Já não sentia mais nada. Tudo começou a rodar devagarinho. Um pouquinho de água seria bom, mas nem pensar. Tonteira, agora? Ai meu deus! Não, não posso! Seria o fim! Será que ela conseguiria manter essa distância até que alguém viesse salvá-la daquela situação aterradora? Um movimento. Depois outro. E mais um. E mais suor, mais medo, e ninguém chegando! Será possível que esse pessoal não pára de trabalhar para vir me salvar?

De repente, alguém chegou. Mas pelo amor de deus, que cheguem devagar, pensava ela. O que eu vou fazer se esse estado de paralisia total cessar? Alguém vai ter que correr...quem será o primeiro? Mais um problema.

- Minha filha! O que vc está fazendo aí no canto da parede? - Ela tentou mostrar-lhe com o olhar, mas de nada adiantou. Ela tentou mexer o braço, mas não conseguia. Ele viu o medo estampado em seu rosto e se preocupou. Veio em sua direção, e quanto mais ele chegava, mas ela não sabia o que fazer - Estou perdida!!! Eu vou desmaiar!

De repente, mais um passo... o ruído crocante de algo sendo amassado.

- Que barata é essa no meio do caminho? E grande hem! Sem querer, acabei matando a miserável! Se eu quisesse pegá-la, ia ter que correr muito. E aí minha filhinha, o que vc tem que está branca feito cera? Ué, porque ela desmaiou?